sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sermão 12/02/2012–opçao 2


 

Jesus nos mostra a sua compaixão

Texto Base: Mc 1.40-45


Salmo do Dia:        Salmo 30
Antigo Testamento:    2º Reis 5.1-14
Epístola        1º Coríntios 10.19-11.1
Evangelho do Dia    Marcos 1.40-45

Os versículos anteriores aos do nosso texto mostram que Jesus havia saído secretamente de Cafarnaum. Lá ele tinha expulsado o demônio de um homem e curado a sogra de Pedro. A notícia se espalhou rapidamente e na mesma noite uma multidão se colocou na frente da casa de Pedro esperando curas e milagres.  No dia seguinte, bem cedo, uma nova multidão se formou diante da casa de Pedro. Mas Jesus tinha levantado de madrugada e ido para um lugar solitário no deserto. Ele estava evitando aqueles que o procuravam apenas para verem resolvidos seus dilemas pessoais. Jesus tinha vindo para um propósito bem maior do que ser apenas um mero solucionador de problemas humanos. Diz o texto que ele foi por toda Galiléia. Galiléia era uma região maior, da qual Cafarnaum fazia parte. A sua fama já havia se espalhado por toda região. Por onde passava, já havia gente esperando por ele. No caminho um homem leproso aproximou-se de Jesus e disse: “Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser” V.40.
Nos tempos do ministério terreno de Jesus a lepra, além de altamente contagiosa, era difícil de curar. E o pior, era progressiva.  Os leprosos tinham que ficar fora da cidade, em lugares isolados e longe das pessoas. Seu destino era morrer na solidão. O tipo mais comum na época era aquela que causava feridas na pele. Hoje a lepra é conhecida também por outros sintomas. Também é conhecida por “hanseníase” em homenagem ao médico norueguês Gerhard Hansen, que descobriu o bacilo da lepra e descreveu a doença.
O leproso do nosso texto sentia na pele o drama da lepra. Ele apenas via diante de si um destino cruel.  Para sua esperança e felicidade o Senhor Jesus estava agora passando pelo seu território solitário. E num gesto de humildade se ajoelha diante de Jesus (V. 40).  Ele já tinha compreendido que o verdadeiro propósito de Jesus não era o de ser médico do corpo.  Mas também já sabia do coração amoroso do Senhor e de que o Senhor podia curá-lo. E Jesus, deixou seu coração falar e estendeu-lhe a mão, o tocou e lhe disse: “Sim! Eu quero. Você está curado” V. 41.
Agora ele estava curado. Era um homem feliz, renovado, livre da doença que, de outra forma, dificilmente teria cura. Qual seria sua atitude de vida a partir de agora? O que ele deveria fazer depois de curado?
Jesus recomendou que ele não falasse nada para ninguém sobre a sua cura.  Mas por que não falar de uma coisa boa? É que Jesus não queria ser visto como um curandeiro ou um milagreiro.  Ele veio para ser o Salvador e queria ser conhecido como tal.  Mas diz o V. 45 que este homem deu com a língua nos dentes. Por causa deste falatório, Jesus teve de ficar fora das cidades, porque as pessoas vieram procurá-lo por objetivos que não eram para os quais ele realmente tinha vindo. Podemos até compreender a situação do curado, da sua alegria de estar curado. O problema é que nos falatórios foi enfatizado o milagre, e não o autor do milagre.  A função de Jesus foi desvirtuada. As pessoas vinham em multidões para resolverem seus problemas de doença. Não viam nele o prometido Salvador do mundo.
Notícias mal divulgadas podem ser mal interpretadas. Falar aquilo que não pode ser falado, gera confusões. Se hoje muitas pessoas procuram o Jesus curandeiro, o milagreiro e não o Jesus Salvador certamente porque foi lhes dada a mensagem errada sobre a missão de Jesus.
É certo que todos podem trazer para Jesus seus problemas, suas doenças, seus dilemas.  E podem ter certeza de sempre encontrar em Jesus um coração acolhedor. Mas, lembremos que, lá em Cafarnaum, nem todos foram curados. Da mesma forma, a igreja não tem solução para todos os nossos problemas. A função da igreja não é exatamente resolver problemas. A igreja tem a função de falar da causa, da origem de todos os problemas, que é o pecado e que o pecado é a doença que nos afasta de Deus. E a igreja também tem a função de falar de que, em Jesus Cristo, está a cura para a doença do pecado. Assim, a resposta e a solução que todos mais precisam, estas a igreja sempre tem.
Por isso, o propósito para o qual Jesus realmente veio, não pode ser desvirtuado. Seu ministério e sua obra não podem ser enfatizados de modo errado. Quando as igrejas de hoje lotam por pessoas que simplesmente vem buscar a solução dos problemas físicos, sem buscar o Jesus Salvador a função de Jesus está sendo desvirtuada. O Jesus Salvador do pecado é colocado de lado e no lugar é procurado o suposto Cristo da prosperidade, da cura.
Jesus quer que a ênfase esteja no lugar certo.  Ele quer que falemos daquilo que ele fez em nosso coração. Que pelo perdão gratuito ele nos deu nova vida. Ele não quer que divulguemos qualquer coisa que ajunte multidões, mas não levam nada de edificação na graça. E a mensagem mais importante a ser divulgada é que ele é o Cristo para todos. É o Senhor que se compadece do pecador arrependido e confiante, oferecendo-lhe cura para a pior de todas as doenças, o pecado. Jesus continua manifestando verdadeiro amor e compaixão para com todos.  Amém.

Rev. David Karnopp — Vacaria-RS, pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, co-editor desta Revista.

0 comentários:

Postar um comentário

 

Revista Teologia. Copyright 2010 All Rights Reserved Igreja Evangélica Luterana do Brasil by @revistateologia